domingo, outubro 29, 2006

quarta-feira, outubro 25, 2006

joy in itself


The aim of every fragrance should be to make you feel happy, but this one made our faces beam even before we got to the scent inside — French product designer Ora Ito’s sunny pharmaceutical design is a joy in itself. The unisex scent was created for the Smiley brand by Firmenich, and the Swiss perfume house says it contains micro-nutrients that activate happiness. The formula combines theobromine and phenylethylamine, both natural mood elevators, as well as the more conventional notes of bergamot, patchouli and musk.

domingo, outubro 22, 2006

TRAILER


Um filme magnífico embrulhado num ridículo título em português.

(clique na foto)

chá quentinho e Ástor Piazzolla








" I reached the place of our vibouac by sunset and drinking much mate, and smoking several cigaritos, soon made up my bed for the night. The wind was very strong and cold, but I never slept more comfortably."

Charles Darwin, The Voyage of the Beagle, 1909.

Daniel Faria (1971-1999)

Há muitos metros entre um animal que voa
E a escada que desço para me sentar no chão
Mas basta-me um quadrado de sossego
Para a distância absoluta

Está para além do que se vê a janela onde me debruço definitivo
Não é uma aparição
Nem se pode alcançar sem se ir em frente caindo

Só no fim da paisagem estou de pé como um para-quedista que desce
Suspenso como os santos num arroubo místico
Erguido como um anjo em suas asas
E sinto-me ser alto como um astro. Nuvem
Como se fosse um homem
Que levita

in Homens que são como lugares mal situados, Fundação Manuel Leão. 1998.

A Nuvem Prateada das Pessoas Graves

Nem sempre se deve desconfiar das pessoas
graves, aquelas que caminham com o pescoço inclinado para baixo,
os olhos delas a tocar pela primeira vez o caminho que os pés confirmarão
depois.
Às vezes elas vêem o céu do outro lado do caminho que é o que lhes fica por baixo
dos pés e por isso do outro lado do mundo.
O outro lado do mundo das pessoas graves parece portanto um sítio longe dos pés e
mais longe ainda das mãos
que também caem nos dias em que o ar pode ser mais pesado e os ossos
se enchem de uma substância morna que não se sabe bem o que é.
Na gravidade dos pés e da cabeça, e também dos olhos, com que nos são alheias
quando as olhamos de frente rumo ao lado útil do caminho que escolhemos, essas
pessoas arrastam uma nuvem prateada que a cada passo larga uma imagem daquilo
que foram ou das pessoas que amaram.
Essas imagens podem desaparecer para sempre se forem pisadas quando caem no
chão. A gravidade dos pés e da cabeça, e também dos olhos, dessas pessoas, é,por
isso, uma subtil forma de cuidado.


Rui Costa (Prémio Daniel Faria 2005)

quinta-feira, outubro 19, 2006

segunda-feira, outubro 16, 2006

o poema formiga



era um poema tão trabalhador que, a cada palavra, construía cidades inteiras. expunha nitidamente extensões como da terra ao sol e até incluía o tamanho de deus. tudo visível aos olhos humanos abertos em surpresa. era, contudo, um poema sucinto

sexta-feira, outubro 13, 2006